No dia 8 de março deste ano, o publicitário Luiz Gustavo Lotte, de 21 anos, foi atropelado em Nova York, nos Estados Unidos, e segue em estado grave. Lotte teve várias fraturas pelo corpo, mas a gravidade do caso se dá pelas fraturas de crânio e perda de massa encefálica. O pai do jovem, o jornalista Guga Mendonça, luta pela saúde do filho e também pela justiça do caso, como afirma em entrevista ao RDtv, desta segunda-feira (9/5).
Luiz Gustavo mora nos EUA desde março de 2020, com o sonho de trabalhar e viver no País. “Ele já tinha uma vida estável, era um sonho, ele aprendeu a amar os EUA. Por conta do acidente, talvez ele nunca volte a ser como era. Eu quero justiça e que o resposnável pague pelo o que fez. Eu não vou desistir, vou em busca da recuperação do meu filho e de justiça”, afirma Mendonça.
Mendonça conta com a colaboração de amigos, familiares e voluntários, para arrecadar fundos e conseguir suprir os gastos com passagem aérea e hospadagem ao visitar o filho e acompanhar o caso de perto. Há dois meses nessa situação, Mendonça já foi aos EUA por três vezes e se prepara para embarcar dia 20 de maio, para aguardar a oitava cirurgia de Gustavo, prevista para dia 24 deste mês. “Ele fará uma cranioplastia e a partir daí veremos a sua recuperação e quais os próximos passos”, relata. “Desde a última cirurgia, os médicos não conseguem regular o líquido que está no cérebro. Quando está muito elevado ele tem algumas respostas, quando está menos, ele entra em coma absoluto”, afirma.
Sobre a distância, Mendonça, que atualmente está no Brasil, fala sobre como as diferenças culturais impactam para obter informações sobre a saúde do filho e para acompanhar o andamento do processo. “As pessoas no Brasil são mais acolhedoras. Os médicos americanos são mais secos e, quando estou no Brasil, é mais difícil obter informações. Com relação à justiça, aqui no nosso País o motorista já teria sido preso. Ele tinha histórico, já havia sido pego outras vezes por dirigir embriagado, se tivesse sido preso antes ou tido a carteira de motorista suspensa, poderia ter sido evitada essa tragédia”, conta.
O motorista do carro que atropelou Luiz Gustavo fugiu sem prestar socorro. “Ele é um assassino. Meu filho está em estado grave e passou por diversas cirurgias. Esse homem matou os sonhos do meu filho e de toda a família. Passamos um dia das mães muito triste e muito difícil”, desabafa Mendonça. “Morar nos EUA era um sonho dele. Muitas vezes, a gente reclama do Brasil e acha que as coisas nos outros países funcionam melhor, mas tenho certeza de que aqui (no Brasil) o assunto seria tratado como crime doloso, não é um acidente”, afirma o pai de Luiz, que recebe apoio da Embaixada brasileira nos Estados Unidos, para acompanhar o processo judicial.
Segundo Mendonça, somente após uma semana do acidente, depois que o assunto foi pautado por veículos de comunicação, a polícia local reforçou as investigações que, até então, não considerava o caso grave e não sabia quem era o motorista. “Só havia um boletim de ocorrência muito vago. O motorista se apresentou à polícia com o advogado, mas foi solto”, conta o pai de Luiz e afirma que atualmente o motorista está preso por ameaça à ex-mulher em outro distrito. “A justiça afirma que precisa coletar provas para condená-lo. Já há um vídeo com a promotoria que mostra o meu filho na faixa de pedrestes e, por conta da velocidade do carro, foi arremessado a 20 metros de distância”, relata.
O julgamento do responsável pelo atropelamento terá início no dia 23 de março, um dia antes da oitava cirurgia de Luiz Gustavo, e terá duração prevista de seis meses.