O ex-governador Márcio França (PSB) oficializou nesta sexta-feira (8/7) sua desistência da pré-campanha para o mesmo cargo e o seu apoio para o nome do ex-prefeito da Capital, Fernando Haddad (PT). Socialista divulgou um vídeo pelas redes sociais para confirmar a informação antecipada desde a última quarta-feira (6/7). França colocará seu nome na disputa pelo Senado e a expectativa é que o ato de apoio ocorra neste sábado (9/7) em Diadema.
“Nos meus 40 anos de vida pública, eu nunca vi o Brasil em uma situação tão grave. A miséria está crescendo e já bate na porta de grande parte das famílias. Nós temos 33 milhões de brasileiros que não sabem se vão ter a próxima refeição. O único caminho para mudar tudo isso é eleger, juntos, pessoas que estão comprometidas com os resgates dos nossos direitos e que tenham condições de liderar e fazer nossa economia, de São Paulo e do Brasil, voltar a crescer. Todos temos que fazer a nossa parte e eu estou fazendo a minha. Há tempos atrás, eu prometi, foi muito difícil, mas eu me comprometi, que quem estivesse na frente, nas pesquisas, poderia ser o candidato do nosso campo político. E, aqui tem palavra, você sabe disso. É por isso que eu decidi apoiar, agora, a candidatura do Fernando Haddad para governador”, disse Márcio no início do vídeo.
A divulgação do apoio por vídeo foi uma surpresa em comparação ao que se tinha de informação nos bastidores, pois era esperada a publicação de uma foto de França com Haddad, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, tirada último domingo (3/7), em almoço realizado na casa do ex-governador e que foi o ponto final para sua saída da disputa pelo comando do Palácio dos Bandeirantes.
A expectativa é que sua pré-candidatura ao Senado seja oficializada neste sábado, no ato que será realizado pelo PT na Praça da Moça, região central de Diadema. Ainda não há confirmação se haverá também o anúncio do nome do ex-prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), como pré-candidato a vice de Haddad.
Dentro da campo da esquerda em São Paulo ainda se debate quem ocupará este último posto, pois o PSOL quer indicar o seu presidente nacional, Juliano Medeiros, porém, Haddad prefere um nome muito conhecido ou alguém que tenha força no interior do Estado, local considerado como decisivo para as eleições.
Histórico recente
Márcio França estava desde o ano passado realizando ações voltadas para a pré-campanha, inclusive agregando aliados tanto da centro-esquerda quanto da centro-direita para a sua base, principalmente levando os seu recente histórico como vice-governador ao lado de Geraldo Alcimin, ainda no PSDB.
Falando em Alckmin, o também ex-governador e agora pré-candidato a vice-presidente, era um de seus principais apoiadores para a disputa pelo Governo do Estado, mas foi decisivo para a mudança de postura de Márcio França que agora se lança ao Senado.
A nova pré-candidatura ao Senado também é corroborada com a saída do jornalista José Luiz Datena (PSC) da disputa e a falta de outros nomes dominantes nas pesquisas. Inclusive os primeiros levantamentos sem Datena mostram França como o líder da disputa pré-eleitoral.