O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) Infantil de Diadema têm sofrido com falta de profissionais e estrutura desde 2020, conforme reclamações de quem utiliza o serviço. Além disso, o centro, localizado na rua Oriente Monti, 28, está repleto de moradores de rua e cães, que adotaram a entrada do equipamento como “moradia”, sem qualquer tipo de fiscalização.
Uma moradora, que preferiu não se identificar, conta que seu filho, com TEA (Transtorno do Espectro Austista), utiliza o serviço do CAPS, mas o tratamento fica dificultado, uma vez que os psiquiatras do espaço são sempre substituídos, sem razão aparente. “Isso faz mal para a criança, que acostuma com um médico e logo depois precisa trocar”, reclama. “Com toda essa mudança, meu filho está há 10 meses sem receber tratamento adequado”, relata.
A mãe ainda denunciou ao RD que o local sofre com falta de TEO (terapeuta ocupacional), fonoaudiólogos, assistentes sociais e outros profissionais. A falta dos especialistas dificulta que as crianças sejam receitadas e recebam o tratamento adequado com medicações corretas.
A munícipe relata que, por estes problemas, a criança regrediu com o tratamento. “Meu filho voltou a ter comportamentos que não tinha mais. Com oito anos, regrediu”, lamenta a mãe.
Luana Eloá, fundadora do movimento TEAcolher, conta que o ambiente não é próprio para tratamento de crianças que sofrem com TEA. “Não tem equipe multidisciplinar. O local conta com somente um neurologista, cinco psicólogos e não tem os demais profissionais necessários para o tratamento do autista”, diz.
A precariedade do local limita o atendimento das crianças, com moradores de rua e cães que ali se abrigam, elevador que não funciona e somente um andar para atendimento das crianças. “O espaço remete um prédio invadido, a situação está muito precária”, enfatiza Luana.
Em resposta às denúncias, a Prefeitura de Diadema diz que tem trabalhado para solucionar todos os problemas do CAPS Infantil, que foi instalado de forma provisória em prédio da rua Oriente Monti. “Há manutenção permanente do prédio, mas a edificação é antiga e a tecnologia dos elevadores obsoleta, o investimento em modernização do aparelho e do prédio é alto e não condiz com o orçamento de Diadema, uma vez que já está em construção a nova sede para o CAPS Infantil, com previsão de conclusão para os próximos meses”, declara a Prefeitura.
Ainda segundo a administração, o serviço conta com dois leitos no local sendo retaguarda para casos necessários. Em relação à equipe, está sendo providenciada a reposição dos profissionais via concurso público, e as equipes multiprofissionais da Atenção Básica tem dado apoio ao CAPS. Sobre as receitas, a Prefeitura informa que as mesmas são fornecidas no local, conforme cada caso.
Já acerca do morador em situação de rua, a Secretaria de Assistência Social e Cidadania esclarece ter ofertado todos os serviços da pasta ao morador e a equipe, recorrentemente, dialoga com ele.