Venda de arte também é feita online e através de plataforma especializada

A arte é uma das poucas áreas que ainda não tinha grande penetração no comércio eletrônico. Não tinha, porque a A Nano Art Market veio para mudar essa realidade, principalmente depois da aquisição da Tropix. O mercado deste tipo de produto, sim porque arte também é um produto, movimentou em 2018, o último ano inteiro sem nenhuma influência da pandemia no mundo, US$ 68 bilhões, e a emergência de saúde afetou menos esse segmento, tanto que no ano passado o setor negociou US$ 65,7 bilhões, bem perto do patamar pré-pandemia.

O CEO da Nano Art Market, o andreense Thomaz Pacheco, falou sobre o surgimento da empresa há um ano, sobre planos e do seu trabalho na Galeria OMA que faz este mês uma exposição dos trabalhos do fotógrafo e artista plástico Nario Barbosa que atua também no ABC. “Já dirijo uma galeria há dez anos e pude perceber o quando o mercado de arte ainda é analógico. É um mercado que movimenta uma fortuna de dinheiro. Eu comecei há dez anos e quando fundei a OMA galeria era bastante analógico, só que eu já sou de uma geração híbrida entre o físico e o digital. Não dá para depender, em pleno 2022, das pessoas se deslocarem para consumir algum tipo de produto e, por mais nobre que seja, a arte também pode ser um produto, principalmente falando de galerias de arte. Eu precisava trazer a arte para o digital e a partir daí eu passei a formar um modelo de negócio que, a princípio, era para atender só a Oma Galeria e ao final dessa pesquisa conclui poderia atender todas as galerias e mais que isso, pode ampliar o mercado. O mercado de arte ainda é muito elitista e centrado no topo da pirâmide. E quando vai para as redes sociais é outra linguagem e outras possibilidades de ampliar o nosso público, então esse foi o nosso start para criar a Nano”.

Newsletter RD

O mercado de NFTs (Non-Fungible Token) ajudou o negócio. As NTFs são uma nova forma de apresentação da arte, uma nova mídia, mas é um produto que já nasce digital. “O Brasil é o segundo maior mercado atrás dos Estados Unidos então os brasileiros aceitaram muito bem essa ideia dos NFTs. Analogia para entender o que é o NFT é mais uma mídia para a arte, assim como tem pintura, escultura, gravura, temos o NFT, é uma obra essencialmente digital que movimentou alguns bons milhões de dólares em 2021”, diz Thomaz Pacheco.

A intenção é tirar o foco de que a arte é um produto apenas consumido por ricos. “O nosso marketplace não está de olho na mesma pizza atual e tentar pegar uma fatia dela; a gente está de olho em outras pizzas. Todo o ecossistema da Nano é pensado para que novos públicos entrem no mercado de arte. Porque a despeito de ser o topo da pirâmide o maior consumidor, hoje você compra uma arte com R$ 100, R$ 1 mil, R$ 2 mil, e parcela uma obra, negocia desconto, então é um mercado como qualquer outro. A gente está de olho nos principalmente nos mileniuns, pessoas com aproximadamente 40 anos e que têm um pouco de familiaridade com o digital e facilidade de comprar online”, explica.

Cursos

A Nano mantém também cursos de arte e a ideia é formar também para o mercado digital. “A gente está procurando educar para o mercado de arte. Não estou inventando a roda veja, por exemplo, o modelo XP de Investimentos. No começo eles ofereciam um curso de investimento e ao final eles te ofereciam a oportunidade de fazer um investimento com eles mesmos. Embora nossa atividade principal seja o marketplace, seja a venda de arte, a gente tem pilares que sustentam e o principal pilar é a Escola Nano de Arte e Mercado (https://nanoartmarket.com.br/) e nós construímos a maior escola de arte mercado do país, já são mais de 500 alunos na escola com os principais players do mercado, estamos falando de vários galeristas, curadores, críticos, jornalistas, os principais estudiosos do mercado dentro da escola Nano. A gente está bem focado em como vender bem o seu trabalho, para quem é artista, e como comprar um bom trabalho para quem é colecionador ou como se articular dentro do mercado de arte. É bem amplo o escopo da escola”, diz Pacheco.

Obra do fotógrafo e artista plástico Nario Barbosa que estará em exposição da OMA Galeria. (Foto: Nario Barbosa)

A possibilidade de tornar uma imagem digital única, licenciando e numerando eventuais cópias para serem vendidas é uma tendência da arte. “O blockchain torna esse objeto único, cada um tem um número de registro. Isso permitiu dar exclusividade para os arquivos digitais. Isso é o que torna esse arquivo mais sedutor pois é possível vender a foto dos jogadores de um clube, pode vender os vídeos; pode pegar uma foto e cortar ela em vários pedaços e vender um para cada pessoa e várias serão donas daquele único artigo”, explica o CEO da Nano Art Market.

Programação

A Nano solta um calendário semanal de aberturas de exposições. No dia 13 de agosto começa  a exposição Achados e Perdidos do fotógrafo Nario Barbosa. “Ele foi coletando objetos perdidos em estações de trem, fotografa essas peças e depois interfere com bordado nelas. A gente vê chaves, carteira de trabalho, aliança e até uma pia. Muitas pessoas conhecem o Nario como um exímio fotojornalista, mas ele vem de uma família de bordadeiras, de Cedro de São João (SE), então ele cresceu com mãe e tias bordadeiras. Em dado momento ele une o trabalho dele com essa memória. É uma forma analógica de dar uma singularidade para essa fotografia”, disse Pacheco. Essa exposição abre no dia 13 de agosto e vai até 29 de outubro na OMA Galeria que fica na rua Pamplona 1197 no bairro Jardins (Capital). A agenda completa de exposições pode ser conferida no Instagram da Nano (https://www.instagram.com/nanoartmarket/).

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes