ABC - segunda-feira , 20 de maio de 2024

Ambulâncias demoram e deixam pacientes horas à espera de socorro

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Região tem 87 ambulâncias entre as do Samu e aquelas que fazem transporte de pacientes entre unidades de saúde. (Foto: Banco de Imagens)

As prefeituras da região relatam que mantém o número de ambulâncias em funcionamento seguindo o regramento estabelecido pelo Ministério da Saúde, porém são frequentes as queixas de pacientes que esperam horas pelo atendimento. O RD questionou as prefeituras do ABC sobre o número de veículos de emergência e o número de profissionais que atuam no socorro. Apenas as prefeituras de Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá responderam e nessas quatro cidades são 87 ambulâncias que atendem 467 chamados por dia em média, o que dá pouco mais de cinco atendimentos por dia para cada veículo.

A advogada Francine Verdugo Glingani, passou por apuros com a avó Leila Bronzatti, de 81 anos, na terça-feira (20/09). Ela conta que ficou por quatro horas aguardando remoção da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Central em Santo André para o CHM (Centro Hospitalar Municipal). A paciente tem diagnóstico de Alzheimer e é paciente de uma clínica no bairro Jardim, porém começou a passar mal e a família a socorreu para a UPA, depois de passar com médico e fazer exames foi determinada a transferência para o Centro Hospitalar e aí começou o drama da família. “As 15h30 colocaram ela sentada em uma cadeira de rodas para esperar pela ambulância. Eu ainda propus que poderia levá-la no meu carro, que era perto, mas disseram que só poderia ir de ambulância. E ficamos lá esperando, eu, minha avó e minha mãe que tem 60 anos, foram horas de espera. As pessoas passavam por nós ninguém perguntava se precisávamos de ajuda, a ambulância só chegou as 19h30, um absurdo, duas pessoas idosas e diabéticas por quatro horas esperando uma ambulância”.

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Quando o problema parecia ter sido solucionado, com a transferência para o CHM, outro problema dessa fez com outro meio de transporte, o elevador da unidade. “Minha avó precisava fazer uma ressonância, só que o elevador estava quebrado então tiveram que colocar ela de novo na ambulância só para dar a volta no quarteirão e acessar o setor onde faz o exame. Reclamei em todas as redes sociais da prefeitura e não tive respaldo nenhum”, disse a neta da paciente.

O morador do bairro Ferrazópolis, em São Bernardo, Flávio Perez Júnior, passou por situação parecida. Ele sofre de inflamação na coluna e há situações e em que ela trava completamente e, além da dor, fica incapacitado de andar. Em uma dessas crises, há dez dias, ele ligou para o serviço de ambulância para pedir socorro. “Eu estava deitado e não conseguia nem sair da cama, fiquei lá esperando enquanto aguentei até que não deu mais e comecei a gritar até que meu vizinho veio me socorrer. O pior é que eu sou grande e é difícil me levar, porque tem uma escadaria da minha casa até a rua. Ele me ajudou dando um passo de cada vez, um degrau por vez aí quando eu não aguentei mais ele chamou um homem na rua e os dois me carregaram até o carro dele. Fui para a UPA Ferrazópolis depois meu vizinho me trouxe de volta”, recorda. O morador acredita que a ambulância que chamou nem tenha vindo. “A minha rua é sem saída, perguntei para os vizinhos e ninguém viu nada”, completou.

Santo André

A prefeitura de Santo André disse que, para melhorar o tempo de resposta mudou a base de atendimento do Jardim Las Vegas para o Centro. Segundo a administração a nova unidade, localizada na avenida Ramiro Colleoni, está sendo preparada para ser uma moderna base do Samu e de transporte de pacientes. “O município conta com três ambulâncias de UTI e 12 ambulâncias básicas do Samu, além de 10 ambulâncias que circulam durante o dia e cinco durante a noite, do transporte sanitário”, informou a administração. O transporte sanitário é feito aquele feito entre as unidades de saúde ele é operado por empresa terceirizada. “Atualmente são realizadas cerca de 130 ocorrências diárias pelo transporte sanitário e cerca de 3,9 mil atendimentos ao mês pelo Samu. No Samu há cerca de 13 técnicos de enfermagem e quatro enfermeiros, além de três médicos intervencionista e dois médicos reguladores. No transporte são 11 motoristas e 11 técnicos”.

São Bernardo

A Prefeitura de São Bernardo informou por meio de nota que a cidade conta com 16 ambulâncias do SAMU, sendo 14 delas avançadas e básicas e duas são motolâncias. “A frota é trocada periodicamente pelo Ministério da Saúde. Além disso, o município possui um serviço exclusivo de transporte inter-hospitalar com mais 13 ambulâncias. A quantidade de veículos para estes serviços é regulada por meio de portaria ministerial, conforme o dimensionamento populacional. Diariamente, o SAMU de São Bernardo atende em média a 100 chamados. A equipe é composta por 400 profissionais”.

Diadema

Diadema informo que o Samu do município conta com 12 ambulâncias, sendo 10 de Suporte Básico e duas de Suporte Avançado, além de veículos para reserva técnica (o número não foi informado). A equipe do Samu é formada por servidores concursados e celetistas (contratados via SPDM). São 130 socorristas, sendo 40 motoristas, 35 médicos e 55 enfermeiros que atendem a uma média de 47 ligações por dia.

 Mauá

O Samu de Mauá é regionalizado e atende também os municípios de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. São quatro ambulâncias de suporte básico, duas de suporte avançado e duas motolâncias. O município também dispõe de quatro ambulâncias de transporte interhospitalar e outras quatro terceirizadas que também fazem esse serviço. Na cidade o número médio de chamadas é de 60 por dia e a equipe de atendimento é composta por seis motoristas, quatro técnicos auxiliares, dois médicos e dois enfermeiros.

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