O deputado estadual e candidato a reeleição Altair Moraes (Republicanos) tem tanta proximidade com o candidato a governador pelo seu partido, Tarcísio de Freitas, que é mais que cotado para assumir o posto de liderança do governo do Legislativo caso os dois saiam eleitos das urnas este ano. O deputado que mudou-se da Capital para Santo André e integra a bancada do ABC na Assembleia Legislativa disse que, ao assumir o posto, poderá trazer recursos para região e ser também um interlocutor dos prefeitos com o governador. Moraes participou do RDTv desta sexta-feira (23/09).
Nas últimas pesquisas eleitorais, Tarcísio de Freitas tem se colocado bem próximo ao atual governador Rodrigo Garcia que disputa a reeleição. Ambos disputam para ver quem enfrentará Fernando Haddad no segundo turno. “Estamos trabalhando pela transição do governo porque acredito que ele vai ser eleito. Realmente temos uma aliança muito próxima de pensamentos; ele é um nome fora da curva, uma pessoa extremamente capacitada. Se ele ganhar, não é o Tarcísio que ganha, é São Paulo, porque vai quebrar uma hegemonia de 28 anos”, disse o deputado que busca reeleger-se.
“Essa conversa de que seria o líder do governo dele, o próprio Tarcísio confirmou. A gente já tinha conversado antes, ele sabe na nossa proximidade com os deputados, do nosso relacionamento. Apesar de ter minha ideologia muito bem definida eu não sou radical e tenho conversa com todos os parlamentares. O Tarcísio me procurou e falou que desejava que eu fosse o líder do governo dele para que a gente conseguisse aprovar os projetos que virão com o nosso futuro governo. Me sinto muito honrado do nosso futuro governador nos colocar como líder, mas sinto também um peso de responsabilidade porque a gente sabe que não é fácil, pois o Estado tem a maior arrecadação da federação”, disse Altair Moraes ao jornalista Leandro Amaral, do RDTv.
Se eleito e alçado a líder do governo, Moraes disse que vai ampliar o relacionamento que tem com os três prefeitos do PSDB, os dois do PT, a prefeita do PTB e o futuro prefeito de Ribeirão Pires, cidade que terá novas eleições. “Como líder do governo eu tenho que ter essa relação com os prefeitos. Eles vão precisar da gente para aprovar projetos que sejam bons para o ABC. Me dou bem com o prefeito Paulo Serra (Santo André), com o prefeito Orlando Morando (São Bernardo); a Carla Morando (PSDB), candidata a reeleição, é minha colega de bancada, como Thiago Auricchio (PSDB), filho do prefeito de São Caetano; estive com o prefeito de Mauá (Marcelo Oliveira – PT) e mandei emendas para cidade mesmo ela sendo governada pelo PT. Eu conheço os prefeitos do ABC, tenho um bom relacionamento, mas pretendo estreitar os laços com eles porque eu tenho responsabilidade com o ABC. Não tem jeito, eu estou aqui e quero trazer benefícios para a região, por isso acho importante essa relação e essa troca de conversas com os prefeitos, para entender as demandas de cada cidade e na medida do possível poder ajudar”, diz o deputado.
Campanha
Para Altair Moraes a polarização ideológica, mais evidente nesta eleição, o favorece na campanha. “No meu caso eu sinto um impacto muito positivo porque sempre fui muito ideológico de direita. Não sou radical, sou contra qualquer tipo de radicalismo, tanto de direita quanto de esquerda, acho que tem que ter um equilíbrio, mas eu sou conservador, sou cristão, sou pró-família, sou contra aborto, sou contra a ideologia de gênero. Eu tenho as minhas pautas baseadas na direita. Eu sinto um grande apoio das pessoas que nos conhecem, ou que começam a nos conhecer”, explica.
Apesar do Legislativo ser composto por parlamentares de diferentes correntes ideológicas, Moraes acredita que todos podem conversar. “Eu converso com todo mundo, com o pessoal do PT, do PSol, sou amigo de todos. A gente não pode destruir, tem que construir pontes. Quando vai para plenário essa parte ideológica cai um pouco. É decidido mais questão orçamentária, segurança pública, educação, saúde e isso foge um pouco da parte ideológica. Vai ter momentos que vou precisar deles (deputados da esquerda) para aprovar projetos que são interessantes para o Estado e vai ter momentos que eles vão precisar de votos meus para aprovar projetos que sejam interessantes. Essa parte ideológica é só 20% do plenário, 80% é o que é melhor para o Estado”.
Bandeiras
Esporte, segurança pública e defesa da mulher são as principais bandeiras que Altair Moraes quer defender. “Vou continuar defendendo a bandeira do Esporte porque sou presidente da Comissão de Segurança Pública, a gente investe muito na base do esporte, mandamos muito recurso para o Estado queremos tirar a criança e o jovem da rua através da cultura e do esporte. E fui da seleção brasileira de Karatê muitos anos, sou um grande incentivador e penso que o esporte ressocializa e socializa. Na televisão faço o quadro Alto Aí, que valoriza as forças policiais. Vou continuar investindo na segurança. E na defesa das mulheres, pois me preocupo muito com isso, vivemos numa época de feminicídios. No Estado de São Paulo, infelizmente, a população não se sente segura. Aqui no ABC a segurança precisa ser reforçada, não por incapacidade das polícias Civil e Militar, mas pela falta de quadros de militares aqui. Estamos voltados para que nessa próxima legislatura a gente consiga aumentar o efetivo”.
Educação
Altair Moraes foi perguntado sobre como o Estado conseguiria reverter os maus resultados na Educação e como a Alesp pode ajudar nesse processo. Neste ano, dados do Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) mostram que o desempenho dos alunos dos últimos anos do Ensino Médio em Matemática foi o pior em 11 anos. “A gente vem de um desgoverno de 28 anos, que vem sucateando a educação com professores mal remunerados e escolas que precisam ser mais valorizadas, reformadas e não tem acontecido isso. Já conversei com o Tarcísio e, se ele for eleito, a gente vai colocar dentro das escolas o projeto de valorização dos professores e também a escola de tempo integral que são pouquíssimas. Nessa próxima legislatura tem que fazer exatamente isso, com que os professores sejam valorizados e mais escolas com tempo integral”, conclui.