Após viver por oito anos na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Centro Hospitalar Municipal (CHM) de Santo André, diagnosticado com uma doença autoimune sem cura, o adolescente Miguel Alexandre Faria, hoje com 14 anos, e a mãe, Ana Aurora, expressam as dificuldades encontradas desde que o jovem deixou o hospital, em agosto deste ano. Em entrevista de RDtv, Ana Aurora relata a necessidade da compra de fraldas para o filho – que usa cerca de três a quatro por dia -, e a dificuldade para adquirir os itens necessários por conta da falta de dinheiro.
A mãe de Miguel explica que o jovem recebe uma quantia de dinheiro que não está sendo suficiente para suprir todas as necessidades, sendo elas, aluguel, contas de luz, despesas de supermercados e os itens necessários para o dia-a-dia do garoto. “Quando saímos do hospital, recebemos uma grande doação do pessoal do hospital, incluindo as fraldas. Mas, hoje, não temos mais pacotes de fraldas suficientes para o quanto o Miguel realmente precisa”, expõe.
Depois de 2.801 dias de internação, o dia 22 de agosto de 2022 foi muito esperado pelo jovem, que celebrou muitas datas especiais com a equipe do CHM. No dia de sua alta, uma multidão de mais de 30 profissionais se reuniu para acompanha-lo.
Durante a ação, que se tornou praticamente um evento, houve atração musical e muita diversão com o grupo de voluntários do Palhaços da Alegria. O adolescente também recebeu um baú de recordações com fotos dos melhores momentos, além de cartas dos profissionais. Ao sair do quarto, Miguel se despediu da equipe após passar por um corredor de aplausos.
Até os seis anos de idade, Miguel tinha uma vida saudável e normal. Em dezembro de 2014, após contrair uma gripe forte, houve a necessidade de ser assistido na rede de saúde e, na sequência, houve diagnóstico da doença com a necessidade de internação. “A princípio, os médicos acreditavam que ele estava com meningite e foi por isso que o Miguel ficou três dias em um pronto-socorro até ser encaminhado às pressas para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa de Santo André e ficou oito anos no hospital”, explicita Ana Aurora.
Durante o período dentro da UTI, a mãe de Miguel teve que balancear as visitas ao filho com a educação de seus outros cinco filhos que, por um tempo, viviam em Suzano. “O Miguel passou por muitas coisas lá dentro, teve carência da família e, por um tempo, só conseguia ver meu filho a cada 15 dias, já que crio meus seis filhos sozinha. Tenho que agradecer o Conselho Tutelar que nos ajudou muito neste período, já que o Miguel não poderia ficar sozinho por ser menor de idade e, eu também não poderia deixar meus outros filhos sem acompanhamento”, explica.
Apesar de ter tido uma longa permanência na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Miguel foi alfabetizado e teve aulas regulares com professores da rede de ensino municipal. Mesmo enfrentando uma doença que não tem cura, o adolescente apresentou significativa melhora ao longo do tratamento. Hoje, está em casa sob os cuidados da equipe do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD).
Ao chegar em casa, Miguel e a mãe acrescentam que tudo que o menino mais queria, era ficar com o gato de estimação, chamado Castiel, que dorme com o jovem todos os dias. “Adotamos três gatos no ano passado e, dentro do hospital, o Miguel escolheu um deles que, por ser muito arisco, não gosta de ficar muito com ele. Então, este outro gatinho ‘adotou’ o Miguel e o Miguel adotou ele”, diz a mãe.
Quem se solidarizar com a situação de Ana Aurora e Miguel, pode realizar doação via PIX (11) 983860391.