Seja nas disciplinas de educação física, geografia, ciências ou matemática, a Copa do Mundo invadiu as salas de aula antes mesmo do início da competição, marcada para 20 de novembro. Em entrevista ao RDtv, a jornalista, educadora e docente na Escola da Indústria Criativa da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Sandhra Cabral, explica que com a implementação da Base Comum Curricular (BNCC), em 2022, possibilitou integrar o assunto em diferentes disciplinas para crianças e jovens.
A CEO do Educar para Ser Grande explica que a medida também pode ser uma estratégia dos professores e das escolas para introduzir este e outros assuntos em todas as fases da educação básica, seja no ensino fundamental ou no médio, e assim, ajudar na questão do aprendizado dos estudantes de forma dinâmica. “Ao falar de História, por exemplo, o docente pode contextualizar a Copa do Mundo e abordar o desenvolvimento histórico de cada país convocado. Assim pode explicar aos alunos como este país surgiu e se tornou o que é hoje”, exemplifica.
A questão da popularização do álbum de figurinhas da Copa do Mundo, que este ano acontece no Catar, ajudou no que se refere a espalhar o conceito de se trabalhar o assunto da Copa nas escolas, analisa Sandhra.
A professora avalia que trata-se de uma excelente maneira dos professores e, até mesmo, dos pais incentivarem os jovens a aprender mais sobre os países e culturas. “Pode-se usar o álbum para as crianças aprenderem as bandeiras de cada país, descobrir que língua cada um fala, qual o nome da moeda que tal país utiliza, entre outras coisas”, sugere.
Segundo a especialista, é importante que os pais, professores e escolas saibam utilizar a “fama” do álbum de figurinhas e, até mesmo, da Copa do Mundo, para ações propositivas e que possam tornar, por exemplo, o ensinamento mais “simples e prazeroso”.
Ao RD, a educadora declara que escolas mais antenadas neste tipo de estudo e dinâmicas, alinhadas com o Estudo por Competência e Habilidade, tendem a ganhar mais no futuro. “Essas escolas que investem na própria Copa do Mundo como forma de ensinamento já mostram que sabem trabalhar com uma ferramenta diferente, mais dinâmica”, avalia.
Entretanto, a professora alerta para que as instituições não trabalhem temas fora da grade pedagógica sem que proponha pesquisa e/ou atividades propositivas aos alunos. “Se o professor puxa o tema e faz todo o trabalho de pesquisa, não vale, não é o ideal. O certo é que ele proponha uma atividade que interesse os alunos, mas que eles possam descobrir algo a partir dela, a exemplo da Copa, com ensinamentos que constam no próprio álbum e que também pode ensinar os alunos”, sugere.