Apesar de o estilo de vida saudável estar cada vez mais em alta, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou um dado preocupante: um a cada dez brasileiros não se exercita da forma que deveria. As consequências dessa ociosidade são várias, entre elas, a possibilidade de desenvolver diabetes. Em entrevista ao RDtv, o endocrinologista da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Fernando Valente chama atenção para o assunto e alerta que, por se tratar de uma doença metabólica, ficar muito tempo sentado e/ou em ociosidade, pode ser um grande risco para a saúde.
Além dos riscos para hipertensão arterial, colesterol elevado, sobrepeso e problemas no fígado, o médico explica que a pessoa que não se exercita regularmente pode desenvolver a síndrome, que tem dois tipos (1 e 2). Em ambas as variações, as cargas genéticas pré-dispõem o desenvolvimento do quadro da doença, e muitos fatores podem levar ao desencadeamento do diabetes. “Não basta ter uma alimentação totalmente regrada para evitar o surgimento (da diabetes), nem uma totalmente descontrolada para que ela se desenvolva”, explica. Cigarro, estresse e um mal gerenciamento do sono podem ser alguns dos fatores perigosos para que a diabetes “dê as caras”, conforme explica o médico.
O endocrinologista ressalta que quando a doença começa a apresentar sintomas, o quadro já está muito mais avançado do que se imagina. Um dos sinais mais frequentes e natural em razão do surgimento da doença é a perda parcial das funções do pâncreas (órgão responsável pela produção de insulina).
“Por conta disso, todas as pessoas com mais de 45 anos, independente se estão ou não acima do peso, obrigatoriamente, precisam fazer um exame de prevenção”, recomenda o especialista ao frisar, ainda, que a idade também é um outro fator de risco que contribui para que as pessoas, regularmente, façam exames preventivos.
Valente explica que, geralmente, o paciente tende a apresentar sintomas quando possui apenas 10% a 30% das funções do pâncreas em funcionamento. Perda de peso, fraqueza e muita vontade de urinar são alguns dos sinais que também podem ser notados.
Se o paciente fizer tratamento adequado para o controle da doença, é possível viver normalmente. Porém, depende do tipo da diabete. “Se for do tipo 1, é necessário a aplicação da insulina e medição do açúcar no sangue”, diz. Mas apesar disso, independente do quadro, ter um estilo de vida adequado com uma boa alimentação e a prática de atividades físicas é fundamental para qualquer caso. “Isso fica ainda mais relevante para alguém que possui o tipo 2”, afirma o médico ao ressaltar que a adoção de bons hábitos podem melhorar os efeitos da substância no sangue.