Uma grande parcela da população não investiga as possíveis doenças pulmonares por acreditar que muitas delas, a exemplo da falta de ar, é algo comum. Acontece que, de acordo com especialistas, este sintoma não se trata de algo usual e, ao sentir qualquer tipo de sintomatologia, um pneumologista deve ser procurado de imediato. Em entrevista ao RDtv, Adriana Paulino de Oliveira, fisioterapeuta do Ambulatório de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Pós-Covid-19 da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), alerta que quando se trata do pulmão, o diagnóstico precoce garante, em sua maioria, cura para a maioria das doenças.
A docente e supervisora da instituição explica que apesar de existir doenças incuráveis, é possível tratá-las, desde que haja busca dos pacientes. “Muitas vezes o diagnóstico é tardio e mesmo com o tratamento, não podemos garantir uma boa qualidade de vida a este paciente. Por isso, frisamos a importância de procurar um pneumologista assim que o paciente apresentar qualquer sintoma”, orienta.
Victor Hugo Martins, pneumologista e colaborador do Grupo de Estudo e Pesquisa Respiratória na Atenção Primária de Saúde (Gepraps) da Faculdade de Medicina ABC (FMABC), ressalta que existem diversas doenças pulmonares, como a asma, fibrose pulmonar, hipertensão pulmonar e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, popularmente conhecida como DPOC.
“A DPOC é um dos enfermos relacionados ao pulmão mais comum no Brasil. Estima-se que no País cerca de sete milhões de pessoas sofram com a doença, incluindo suas formas mais frequentes, a bronquite crônica e a enfisema”, frisa.
Martins explicita ainda que o tabagismo é o principal fator de risco para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. “Há também a relação entre quantidade e tempo de tabagismo com gravidade da doença. No entanto, a exposição crônica às poluições ambiental e ocupacional, infecções pulmonares de repetição e o próprio envelhecimento, também podem estar associados ao desenvolvimento da doença”, explica o pneumologista ao destacar o fogão de lenha como a segunda causa mais comum da DPOC.
Adriana expõe que cigarros eletrônicos, charutos, narguilés e até o consumo recreativo de cannabis também são vistos como fatores de risco em todas as doenças pulmonares. “Tudo que for inalado, que gera uma fumaça pela queima de produtos, sejam eles naturais ou sintéticos, irá lesionar o pulmão”, afirma. Em relação a cannabis, existem poucos estudos sobre os malefícios para os pulmões, por conta do ineditismo da legalização em alguns locais, mas segundo a médica, nenhum tipo de fumaça inalada é benéfica para a saúde dos pulmões e todos podem trazer malefícios à saúde.