Você já ouviu falar do termo etarismo? É a discriminação relacionada à idade. O envelhecimento da população já é uma realidade vivenciada no País. Nesta terça-feira (22/11), o RDtv abordou o tema com Antônio Aparecido de Carvalho, pesquisador convidado do Conjuscs/USCS (Universidade de São Caetano do Sul). Segundo Carvalho, o incentivo fiscal pode ajudar a reduzir o etarismo no mercado de trabalho.
De acordo com Antônio, as empresas sempre tendem a preferir por candidatos mais novos que possam agregar mais ao local. Isso foi, cada vez mais, colocado na mentalidade da sociedade. “Hoje em dia, acredita se que os idosos são mais resistentes às mudanças no local de trabalho. É preciso fazermos um grande trabalho para mudar esse pensamento”, diz.
Segundo Carvalho, a origem do etarismo é natural e está presente na sociedade desde cedo. Antigamente, as pessoas com 40 anos, já eram tidas como velhas e sem utilidades no meio de trabalho ou seio familiar. O advogado acredita que isso foi culturalmente acrescido entre as gerações.
Os impactos do etarismo ocorrem em todas as ordens, sociais e psicológicos. “Quando as pessoas trabalham, possuem sentimento de pertencimento à empresa e à sociedade, se sentem ativas”, explica. A partir do momento em que se faz um pré-julgamento pelo fator da idade surgem consequências.
Hoje em dia, é consentimento geral, de que a aposentadoria geral não consegue contemplar todas as necessidades dos aposentados. Por conta disso, muitas voltam a trabalhar e o eterismo vai impactar diretamente na vida desses trabalhadores.
O advogado conta que, a partir de 1994, políticas públicas começaram a aparecer para tentar mudar o cenário. De acordo com o especialista, essas leis surgem justamente para tentar garantir o direito ao trabalho para os idosos.
O pesquisador conta que, a partir de pesquisas, é plausível afirmar que o preconceito tem diminuído, mas não na velocidade que deveria. “Atualmente, é entendido que, dentro das empresas, as pessoas buscam aconselhamento de quem está lá há mais tempo, então isso tende a diminuir ao longo do tempo”, frisa. “Nós temos de desenvolver uma forma para que isso aconteça de maneira mais rápida”, afirma.
Para Carvalho, a melhor forma de combater o eterismo é durante o ensino dos mais jovens, no seio familiar e nas escolas “A partir do momento que conseguimos combinar as experiências dos mais velhos aos conhecimentos atuais postos em práticas atualmente, é possível colher muita coisa boa”, comenta.
O pesquisador diz que é imprescindível a implementação, implantação e controle de políticas públicas direcionadas às pessoas com mais idade, afinal elas trazem consigo experiências de vida e profissionais que poderão contribuir para os resultados organizacionais.
“Se faz necessário um trabalho educacional voltado para a sociedade, com o intuito de quebrar os estereótipos vinculados às pessoas com mais idade, afinal o envelhecimento populacional é uma realidade e todos independentemente da idade têm seus direitos resguardados na nossa Constituição Federal”, completa.