Começou oficialmente nesta segunda-feira (27/2) a nova fase da imunização contra a Covid-19, com a terceira dose de reforço para o grupo prioritário. Para esse novo momento o Governo Federal distribuiu doses da Pfizer Bivalente. Em entrevista ao RDtv o médico infectologista e professor de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC, Munir Akar Ayub, detalhou as diferenças dessa vacina para as demais utilizadas em outras fases e alertou aos que ainda não iniciaram ou não completaram seu esquema vacinal.
O especialista relata que as vacinas utilizadas nas outras fases da campanha de vacinação, que começou em janeiro de 2021, usavam como padrão o vírus original, o mesmo que foi isolado ainda nos primeiros casos registrados na China, em dezembro de 2019. “Todo o mundo sabe que o vírus é um micro-organismo que produz mutações e essas mutações levam ao aparecimento de novas cepas, e a cepa que hoje circula no mundo é a cepa Ômicron. Ela tem pequenas diferenças em relação a cepa original”, explicou.
“Então, o que tem de diferente nessa vacina? Basicamente é a mesma vacina, só que ela utiliza os dois produtos, o produto originário da cepa original e o produto originário da cepa Ômicron. De modo que essa vacina bivalente tem uma eficácia, principalmente para a cepa Ômicron, um pouco melhor do que a vacina anterior em que chamamos de monovalente. Isso não significa que as outras vacinas são ruins, elas continuam tendo eficácia para outra cepa”, seguiu.
Nesta nova fase da campanha de vacinação, o Ministério da Saúde pretende vacinar as pessoas com 70 anos ou mais, aquelas que vivem em Instituições de Longa Permanência a partir dos 12 anos (tanto abrigados quanto os trabalhadores), imunocomprometidos a partir de 12 anos e as comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas.
Em todos esses casos é necessário que a pessoa tenha tomado as quatro doses anteriores, independente de qual vacina monovalente foi utilizada. Caso o ciclo vacinal contra a Covid-19 esteja incompleto, a pessoa precisa procurar um posto de vacinação para completar a imunização. Após quatro meses da quarta dose, as pessoas que estão nestes grupos podem se vacinar com a Pfizer Bivalente. O Governo Federal ainda vai ampliar esse grupo para pessoas com 60 anos ou mais e profissionais da Saúde, entre os meses de março e abril.
Questionado sobre a possibilidade de vacinação com essa nova vacina para pessoas com menos de 60 anos e esquema vacinal completo, Ayub alertou que vai depender da disponibilidade de doses de vacina. Para os demais grupos a principal preocupação é completar o número de doses indicadas.
“Precisamos lembrar que boa parte, mais de 50% das pessoas, não está com o calendário vacinal completo, então é importante para essas pessoas que terminem esse esquema, não é para ficar esperando a bivalente”, falou.
Sobre a pandemia em si, o médico infectologista afirmou que alguns cuidados ainda devem ser seguidos, principalmente o uso de máscaras em ambientes fechados e com muitas pessoas, e caso a pessoa esteja resfriada ou gripada, o que reduz a possibilidade destes vírus circularem.