O curso de Arquitetura e Urbanismo da Fundação Santo André comemora 10 anos de existência este ano, possui aproximadamente 220 alunos. Já formou mais de 480 profissionais, contou com 62 disciplinas ao longo de cinco anos, e possui 19 professores entre físicos, engenheiros, artistas plásticos, geógrafos, arquitetos entre outros. Uma das suas características é olhar para o futuro, em perspectiva, resume Enrique Staschower, coordenador do curso, em entrevista ao RDtv.
Entre as inovações, Staschower destaca a recente incorporação da técnica de modelagem, além de disciplinas, como Internet das Coisas e Arquitetura do Efêmero (que trata de cenários, estandes e exposições).
Nas mudanças da matriz, o curso inseriu fortemente a questão ambiental do ABC, enquanto cidades em transformação. Assim, investiu na disciplina de Planejamento Urbano e Projeto de Arquitetura. “Pensamos na reestruturação produtiva e há ênfase em mudanças dentro da produção, que nos tirou indústrias, nos deixou espaços vazios, e em como é que o plano diretor e a cidade trabalha com esses vazios urbanos e de tributos”, afirma.
Os alunos têm aulas seis vezes por semana, com carga horária de quatro horas diárias. “Vamos lutar para preservar nosso modelo atual”, diz. Outro avanço reside no conceito de transversalidade dos temas, de forma que o aluno não enxergue as disciplinas de forma compartimentada. “Não estamos ancorados em uma tradição, mas em renovação”, afirma Staschower, um dos responsáveis técnicos pelo escritório modelo
Escritório Modelo
Um projeto de extensão é o Escritório Modelo do curso de Arquitetura e Urbanismo, que existe há cinco anos e atende a comunidade do entorno, sem nenhum vínculo financeiro. Há dois anos firmou parceria com a Prefeitura de Santo André, e um dos projetos de mobilidade urbana diz respeito ao cruzamento entre as ruas Carijós e Hortênsias. A proposta dos alunos, estagiários, foi transformar o entroncamento em um local aprazível, tornando-o capaz de atender carros, ônibus, caminhões, bicicletas, pedestres etc. “Procuramos estimular o local com cores e mobiliários que dialoguem com quem passa pelo local, uma rua completa”, explica.
O projeto, apresentado à Administração em 2022, ficou em 3º lugar na trienal de Oslo, na Noruega. Atualmente o projeto foi submetido à análise orçamentária da secretaria responsável e deverá ser implementado até o fim do ano. A expectativa é ser implantado ainda em 2023.
Outro projeto pensado pelo Escritório Modelo, também fruto de parceria com a Prefeitura de Santo André, envolve o CHM (Centro Hospitalar Municipal). O projeto visa objetivo de transformar o entorno do local, passar uma sensação mais agradável aos acompanhantes dos pacientes de saúde.
Os alunos podem participar do Escritório Modelo, de forma voluntária, a partir do terceiro semestre. Três vezes por ano são abertos editais em que os alunos interessados podem se inscrever, realizar uma prova, e os melhores colocados são convidados a integrar o escritório. Enrique revela ainda que existe a possibilidade de que algum aluno seja remunerado por meio de uma bolsa de estudos do curso, que possui nível de empregabilidade de quase 88%.