A Prefeitura de Ribeirão Pires, por intermédio de sua Secretaria da Educação, criou um grupo para realizar ações preventivas e de apoio para as vítimas de bullying nas escolas da rede municipal. O Apoio Psicossocial Escolar (APSE), instituído em 2022, busca realizar uma ação de conscientização sobre o tema. Em entrevista ao RDtv nesta segunda-feira (13/03), duas representantes desta área explicaram sobre como funciona este trabalho.
Com ações em sala de aula, palestras e arte, o APSE busca orientar os alunos sobre os malefícios da prática de violência física e psicológica, e sistema, entre os estudantes. E visam dar apoio aos que sofrem com este tipo de prática no dia a dia escolar.
“Esse projeto coloca a nossa equipe dentro da escola, o que possibilita que você saiba a real demanda daquele espaço, daquele ambiente. Então nós temos esse momento de troca com os alunos, onde eles chegam e colocam as suas angústias, colocam quais são as suas necessidades que nós como equipe precisamos trabalhar. É ouvir eles, estar no cotidiano e saber dessa necessidade”, explicou Larissa Umbelino Carneiro, assistente social e chefe da Unidade de Assistência Social Escolar.
Um dos grandes desafios está no convencimento para que as vítimas realizem a denúncia e possam procurar a ajuda psicossocial. Quanto tal momento ocorre, existe o alerta para que a ação de conscientização ocorra dentro da sala de aula como forma de brecar o crescimento do problema.
“Nós guardamos aqueles alunos que sentem a necessidade de procurar ajuda. Estamos ali para acolhê-los e através destes casos que chegam a gente acaba trabalhando com ferramentas junto aos alunos que tem dificuldade para trabalhar essa demanda. Recebemos e realizamos o acolhimento desses alunos que realmente se sentem a vontade, que sentem a necessidade de passar o caso, para falar sobre o assunto e em contrapartida ele acaba auxiliando os demais”, disse Alana Araújo Lima, psicóloga e diretora de Apoio Psicossocial.
O acolhimento pode ser realizado de diversas formas, desde ações diretamente no ambiente escolar e/ou junto de familiares, além do uso do CAPS (Centro de Apoio Psicossocial) Infantil, que também pode realizar esse apoio psicológico.
Outro ente que trabalha dentro desta ação é o Conselho Tutelar. Aliás, Larissa e Alana relatam que os conselheiros serviram como um norte para entender qual foi a consequência do trabalho que começou em 2022. O entendimento é que houve uma redução dos casos, porém, o projeto busca crescer ainda mais para que todos possam entender melhor como conviver com as diferenças.
As entrevistadas consideram que ainda há muito a ser feito, principalmente com a necessidade de outros entes, como o Estado e a rede particular, realizarem o mesmo tipo de ação de combate. Principalmente debatendo o tema que não é tão falado no Brasil, apesar da popularidade da expressão inglesa bullying.