A população LGBTQIAP+ segue na luta para ter mais inclusão e respeito na sociedade, principalmente com as necessidades específicas que demandam um atendimento especializado. Em entrevista ao RDtv nesta segunda-feira (27/03), o fundador e presidente da Casa Neon Cunha, de São Bernardo, Paulo Araújo, relatou as principais demandas da comunidade, entre elas, a necessidade de investimentos em casas de acolhimento.
“Temos um pouco mais de 25 casas em todo o Brasil para o acolhimento da população LGBTQIA+. A maioria não tem termo de convênio com o Poder Público. Que o Governo Federal pudesse priorizar essas casas para que a nossa população possa sair da rua. Para que as pessoas em situação de rua possam ter um atendimento especializado”, aponta Araújo.
Com as consequências sociais da pandemia do Covid-19 ainda causando problemas para a comunidade, Paulo Araújo considera que a ajuda neste tipo de acolhimento possa também salvar muitos, inclusive aqueles que acabam expulsos de suas residências após se assumirem.
Um outro ponto de reclamação está diretamente ligado ao ABC, principalmente com a necessidade de uma maior publicidade dos programas e equipamentos voltados para a comunidade LGBTQIA+ na região. Para Paulo, mesmo em locais em que existam programas, como os ambulatórios trans, não há uma propaganda sobre o assunto, o que acaba escondendo e atrapalhando aqueles que precisam de atendimento especializado.
O processo de cobrança para que a situação mude acaba sendo gerado pelas organizações civis, como no caso da Casa Neon Cunha, que atualmente ajuda entre 18 a 25 pessoas por dia com alimentação e um local de descanso, mas que considera que com uma maior participação do Poder Público com investimentos é possível ter uma melhora no atual cenário.
Ainda nesta semana, integrantes da comunidade e de conselhos municipais vão se reunir com a direção do Consórcio Intermunicipal Grande ABC para o debate sobre o Plano Regional voltado para a comunidade LGBTQIAP+. A ideia é unificar as ações e potencializá-las para que o atendimento seja ampliado para todos, principalmente para aqueles que vivem em situação de vulnerabilidade.