Estamos imersos em tecnologia todo o tempo. Crianças, adolescentes, pais e até professores. Isso tem afetado diretamente o comportamento humano. E como gerenciar os efeitos da tecnologia na mente humana? Em entrevista ao RDtv, o médico psiquiatra, Cyro Masci, alerta que é necessário aprender até onde a tecnologia pode nos ajudar.
As redes sociais têm por essência gerar cada vez mais engajamento. E gerar polêmica é a forma mais fácil e rápida de alcançar esse objetivo. A questão é: quando sua atenção é sequestrada, outras habilidades, como criatividade e capacidade de decisão, ficam comprometidas. “Então, quando for impactado por alguma notícia catastrófica reflita se aquilo é realmente necessário para sua vida, ou apenas curiosidade mórbida”, ensina.
Segundo o médico, ficar à procura de notícias no celular ou jogar online aciona o chamado circuito do prazer existente em nossa mente. Para interromper o hábito é necessário buscar outras fontes de prazer, como a prática de atividades físicas.
Os mecanismos de funcionamento das redes sociais se utilizam da chamada neuromanipulação. “É um modo de fazer lavagem cerebral”, compara. Masci alerta que o treinamento em comunicação não violenta deveria ser disciplina obrigatória nas escolas e empresas, assim como a educação neuroemocional. “Uma coisa é estar informado, outra é ser sequestrado por manipuladores digitais”, diz.
As fake news são notícias publicadas com o intuito de gerar sensação de injustiça em determinado público sensível aquele tema. Por sua vez essa injustiça gera raiva e ódio.
O psiquiatra explica que as crianças aprendem pelo exemplo, enquanto os adultos aprendem pela repetição. Porém, as crianças não têm capacidade de decisão, pois o cérebro humano está em formação até os 22 anos. Enquanto isso, estamos sujeitos a estímulos externos. “Portanto, o adulto deve ser responsável por mediar o que será consumido por este jovem”, afirma.