Mauá é mais uma cidade do ABC com entraves na negociação da campanha salarial dos servidores. Nesta quinta-feira (20/04), um novo encontro não destravou os principais pedidos que são o aumento real nos salários e no vale alimentação. Em entrevista ao RDtv, o presidente do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos), Jesomar Alves Lobo, indicou inclusive a possibilidade de paralisação caso não ocorra algum avanço.
O encontro desta quinta foi encerrado exatamente neste ponto, com Jesomar demonstrando sua insatisfação com o não avanço das negociações e colocando essa medida na mesa. Uma possível paralisação ainda passaria por uma assembleia da categoria, algo que ainda não tem data para ocorrer. Enquanto isso o entrave segue.
“O grande entrave é que todos os problemas da cidade eles tentam canalizar para o trabalhador. O servidor não pode pagar esse ônus, é uma conta que não é nossa. Então estamos em busca de novos salários, de melhores condições de trabalho, do auxílio alimentação que estamos pleiteando que seja de R$ 700, mas eles só querem chegar a R$ 640, R$ 650 e nós não estamos aceitando”, explicou o sindicalista.
Uma nova mesa de negociações foi marcada para a próxima semana, no dia 26 de abril. Para o Sindicato a ideia é manter seu posicionamento sobre os principais pedidos da campanha salarial. O único avanço no momento ocorreu sobre o pagamento do vale alimentação que chegará a todos os servidores, mesmo que ainda não tenha qualquer definição sobre o valor que será apresentado em proposta que será votada pelo Legislativo.
Os entendimentos entre as partes ficaram ruidosos nos últimos meses, principalmente após a demissão de um diretor do Sindicato. No entendimento da categoria, um diretor de uma entidade sindical conta com estabilidade no emprego, mas não foi o entendimento da Prefeitura. A situação está na Justiça. Mas tal situação está causando decepção no Sindserv, principalmente levando em conta que o governo do prefeito Marcelo Oliveira é do PT, o que para a entidade significaria que esse tipo de situação não ocorreria.
Por fim, Josemar afirmou que já iniciou conversas com outros sindicatos dos funcionários públicos da região para uma união maior e quem sabe a criação de uma entidade regional. “Eles (prefeitos) estão sempre se reunindo (no Consórcio ABC) e decidem o que querem, porque nós não podemos fazer a mesma coisa?”, questionou.