Moradores do bairro Fundação, em São Caetano, estão revoltados com o abandono da Bica Ceará, localizada na rua Ceará. Segundo os reclamantes, o local está totalmente abandonado há cerca de seis meses, e apesar dos constantes pedidos para manutenção, a estrutura deteriora cada vez mais, os azulejos seguem quebrados e falta água nas torneiras.
O técnico de enfermagem, Lucas Feliciano da Silva, 23, mora em frente à bica, mas apesar da proximidade, não consegue usufruir o bem ecológico da cidade. “Quando vou pedalar com meus amigos, vejo as outras bicas dos bairros da cidade funcionando normalmente, só essa que não arrumam”, reclama ao citar que a bica está sem funcionar há seis meses no bairro.
João Carlos Mucciacito, mestre em Gestão Ambiental e Engenharia de Produção e Ciências Biológicas da FSA (Fundação Santo André), explica que é responsabilidade do órgão público fornecer água potável e uma estrutura adequada para a população. “As bicas oferecem água por meio do subsolo, então é um recurso para todos, é uma água social”, explica. Além da questão da manutenção, o ambientalista salienta que é obrigação da Prefeitura divulgar, esporadicamente, relatórios que mostrem a qualidade da água para a população.
Inapropriada para consumo
Na visão da coordenadora do curso de Gestão Ambiental da Universidade Metodista, Tassiane Boreli Pinato, é importante que os usuários de bicas verifiquem a qualidade da água, mas esse recurso não deve ser ingerido. “Água de bica não deve ser utilizada para consumo humano, até porque não se sabe a origem dela”, diz.
Segundo a profissional, sem que haja uma certeza que a água é potável e própria para consumo, o recurso pode acarretar em problemas sérios como dores fortes no estômago, problemas no intestino ou levar à morte. “Essa água, sem o tratamento adequado, pode conter bactérias e vírus que causam dores, infecções e podem até levar a óbito. Portanto, a água não deve ser consumida sem conhecer seu grau de potabilidade”, orienta.
Questionada sobre a situação da Bica Ceará, a Prefeitura de São Caetano não respondeu até o fechamento da reportagem.