Os brasileiros são mundialmente conhecidos pelo culto ao corpo. Em 2020, cerca de 1.485.116 procedimentos cirúrgicos foram realizados no País, que perdeu apenas para os Estados Unidos. Porém, Alexandre Kataoka, cirurgião plástico e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, alerta para o fato de ser um procedimento médico que requer cuidados, e que não deve ser feito por modismo. “Cirurgia plástica tem seus riscos como qualquer outro procedimento médico, e deve ser feita com responsabilidade”, diz.
Com o boom das redes sociais, uma parcela da população escolhe o médico pelos resultados apresentados nas redes sociais. Kataoka alerta que é preciso ter cuidado com as fotos de antes e depois, pois podem ser manipuladas. Explica que a forma mais segura de escolher um profissional é pelo site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ou no CRM (Conselho Regional de Medicina) do Estado. Outra dica é verificar se o profissional possui o RQE (Registro de Qualificação de Especialista). “Temos visto um número grande de complicações decorrentes de procedimentos realizados por profissionais que não são médicos”, afirma o cirurgião em entrevista ao RDtv.
Alexandre Kataoka revela ainda que as estatísticas têm crescido entre os chamados ‘pequenos procedimentos’, a exemplo dos preenchimentos faciais. “Não se deve ceder a uma pressão social ou cultural”, alerta o cirurgião, que cita ainda o crescente número de retirada (explante) de prótese de silicone mamário.
Outra febre entre os adeptos de procedimentos estéticos é a harmonização facial. “Se for feito de forma exagerada, muitas vezes não será possível reverter. Por isso deve-se pensar muito bem, porque o arrependimento pode ser para o resto da vida”, ressalta.
Alexandre comenta sobre a influência negativa das mídias sociais na procura por cirurgias plásticas, e sobre um transtorno chamado dismorfismo, quando a pessoa se enxerga de uma maneira que não é a real, e busca cada vez mais procedimentos estéticos para tentar alcançar o inatingível. “Neste caso, cabe ao médico ou cirurgião fazer esse diagnóstico e encaminhar para tratamento psicológico ou psiquiátrico”, diz.
O cirurgião salienta ainda a importância de checar a segurança do local onde o procedimento será realizado: clínicas habilitadas ou hospitais. No caso de clínicas, vale entrar em contato com a vigilância sanitária do município para verificar se o local está habilitado.