A esclerose múltipla é uma doença autoimune, crônica e que não tem cura, apenas controle. É provocada por mecanismos inflamatórios e degenerativos que comprometem a bainha de mielina que revestem os neurônios das substâncias branca e cinzenta do sistema nervoso central. De diagnóstico difícil, acomete cerca de três mulheres para cada homem, com mais frequência entre 20 e 40 anos de idade. Para conscientizar a população sobre os casos de esclerose instituiu-se no calendário o Dia Mundial da Esclerose Múltipla, 30 de maio.
A causa da doença ainda é desconhecida, mas sabe-se que existem fatores genéticos e falta de exposição ao sol que favorecem a doença. “Países que estão mais próximos ao Equador têm menor incidência de casos de esclerose”, explica Margarete de Jesus Carvalho, médica neurologista e coordenadora do Ambulatório de Distúrbios do Movimento da Faculdade de Medicina do ABC. “No Nordeste brasileiro, por exemplo, a incidência de casos é menor do que Rio Grande do Sul, Paraná ou Santa Catarina”, diz a médica, em entrevista ao RDtv.
Os sintomas iniciais são formigamentos e depois os mais fortes são perda súbita de visão e de força motora, alteração de sensibilidade, desequilíbrio e falta de coordenação motora. Mesmo com o tratamento adequado, é importante dizer que a doença deixa sequelas. “O intuito do tratamento na fase aguda da doença é atenuar as sequelas”, explica a médica.
Segundo a neurologista, o diagnóstico precoce é importante para evitar novos surtos da doença, que podem gerar novas sequelas, que interferem na qualidade de vida do paciente.
O tratamento medicamentoso para esclerose múltipla pretende regular a imunidade do paciente – as medicações, bastante caras, estão disponíveis nas farmácias de alto custo.
Porém, a médica ressalta a importância do tratamento multidisciplinar: fisioterapia, tratamento psicológico ou psiquiátrico, terapia ocupacional, tomar sol, acupuntura e exercícios físicos. “A atividade física e apoio nutricional são muito necessários”, diz.
A neurologista explica que é difícil fechar o diagnóstico da doença, e que o mesmo acontece geralmente por exclusão. “Quando o sintoma é mais grave conseguimos fazer o diagnóstico precoce, mas pacientes com sintomas mais discretos dificultam o desfecho”, afirma.