Durante o Congresso da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Catarata e Refrativa, realizado entre 24 e 27 de maio, novidades para o tratamento de catarata e cirurgias refrativas foram apresentadas. Uma das principais inovações destacadas pelo professor de Oftalmologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Edmundo Martinelli, são as lentes intraoculares “premium”, que garantem correção de todos os tipos de problemas oftalmológicos, a exemplo da catarata.
A catarata nada mais é que uma lesão nos olhos que atinge e torna opaco o cristalino, uma lente que fica atrás da íris dos olhos. A transparência permite que raios de luz passem até alcançar a retina, por isso dificulta que o paciente enxergue perfeitamente. A evolução da doença costuma ser lenta, e normalmente afeta as pessoas acima dos 60 anos.
“Conforme os anos passam, o número de pessoas acometidas com a catarata aumenta cada vez mais. Na faixa dos 80 anos, cerca de 80 a 90% destas pessoas terão a doença, já que o envelhecimento do cristalino é quase que inevitável”, afirma o especialista.
A catarata pode ser hereditária ou adquirida com o tempo. Embora o problema apareça geralmente em indivíduos com mais de 50 anos, há casos de crianças que já nascem com a doença por problemas genéticos ou porque as mães tiveram rubéola, sífilis ou toxoplasmose no primeiro trimestre de gestação. “Outras causas de catarata são diabetes, uso sistemático e sem indicação médica de colírios, especialmente dos que contêm corticoides, inflamações intraoculares, traumas como socos ou batidas fortes na região dos olhos e excesso de radiação”, explica.
Em relação as cirurgias refrativas, Martinelli expõe que procedimentos oculares a laser podem ajudar com distúrbios de refração como astigmatismo, hipermetropia e miopia. O objetivo é minimizar problemas por meio de um método seguro para o paciente. Para se ter ideia, estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que até 30% da população com menos de 40 anos de idade necessita ou necessitará de óculos para corrigir erros de refração.
“Este tipo de cirurgia existe há mais de 30 anos, mas a procura cresce cada vez mais”, afirma o médico. A cirurgia pode ser feita depois do grau ocular estar estabilizado, normalmente entre 18 e 24 anos, mas existem contraindicações. As doenças que contraindicam a cirurgia refrativa são o ceratocone, a diabetes descompensada, o herpes ocular, a ambliopia severa, distrofias corneanas e doenças autoimunes mais graves. “Também não é possível realizar o procedimento durante a gestação ou amamentação”, reforça o oftalmologista.