Diadema acaba de retomar o programa Ação Compartilhada, ligado ao Departamento de Educação Popular. Há duas décadas, o projeto que nasceu da vontade do poder público atuar em conjunto com entidades iniciava a formação da primeira turma de multiplicadores comunitários, com oficinas de contação de histórias, musicalização e bibliotecas comunitárias. Hoje, volta com força total na cidade.
Ativo de 2003 a 2012, milhares de pessoas se formaram neste período. E, recentemente, aconteceu a primeira formação de 200 multiplicadores após o programa ser extinto na cidade. “Acreditamos que quando uma comunidade se reúne e reconhece seus direitos, ninguém a segura”, diz Evelyn Cristina Daniel, diretora do Departamento de Educação Popular da secretaria de Educação de Diadema, que destaca o principal benefício do programa: desenvolvimento local, troca de saberes populares e formações contínuas.
Outro importante programa é o Adolescente Aprendiz, que atende 800 jovens, em 19 espaços da cidade. Os alunos de 14 e 15 anos recebem bolsa aprendizagem no valor de R$150, enquanto jovens de 16 e 17 anos recebem bolsa no valor de R$300. No período de contraturno escolar são trabalhadas noções preparatórias para o mercado do trabalho, eixos de cidadania e educação étnico racial.
O programa também nasceu em meados de 2000, inicialmente pensado para combater a violência contra jovens e tirá-los da rua. Mais de 10 mil adolescentes passaram pelo projeto ao longo dos anos. “Vi como isso transformou inúmeras vidas de jovens e seus familiares”, conta a diretora. “Nossa meta é aumentar cada vez mais o número de jovens atendidos”, salienta.
Uma pesquisa recente realizada na cidade mostrou, ainda, que apenas 5 mil alunos ingressam no ensino superior, sendo que cerca de 20 mil saem do ensino médio. “Ou seja, mais de 15 mil jovens não acessam a continuação da escolaridade”, diz a educadora. Segundo ela, é preciso ter políticas públicas para amparar essa juventude.
Pensando nessa preparação, o Centro de Formação Carlos Kopkak desenvolve política de educação continuada de acesso a permanência ao ensino superior. São ofertados desde cursinho popular, centro de línguas – com aulas de espanhol, inglês e italiano, até o Programa Trilhas e Trajetórias – onde adolescentes passam por orientação profissional. Também é possível, por meio da Universidade Aberta do Brasil, acessar cursos EAD e gratuitos.