Com apenas cinco anos de existência, o curso de Arquitetura e Urbanismo da USCS (Universidade de São Caetano do Sul) apresenta resultados produtivos e inusitados. É o caso dos alunos Caio Queiroz e Alex Lima, que acabam de apresentar trabalhos de conclusão de curso (TCCs). Caio elaborou um projeto arquitetônico aliado ao branding – conceito da publicidade, enquanto Alex abordou o projeto de uma igreja evangélica e sua relação com a cidade. Ambos alunos trouxeram suas vivências pessoais para o curso.
Embora recém-formado, Caio Queiroz já atua em uma empresa que realiza projetos para algumas marcas. Conta que o TCC o ajudou muito a compreender que as marcas têm uma forma de se expressar na arquitetura. “O meu projeto articula várias áreas de conhecimento: arquitetura, branding e design. Identifica-se a importância dessas ferramentas para construção e gerenciamento de imagem de uma marca ao viés arquitetônico e planejamento de espaços”, afirma.
Ao RDtv, o professor do curso, Thiago Sename Franco, relata que o conceito de branding atrelado à arquitetura é uma tendência, e por este motivo define o trabalho de Caio como inusitado. “A preocupação do branding é que não só a marca tem seu reflexo no logo e propaganda, mas também contaminar a experiência do usuário com os valores da mesma, transformando o edifício nessa experiência e proporcionando uma experiência completa ao usuário”, define.
Alex Lima, por sua vez, usou a experiência para buscar soluções para edifícios religiosos. “Fui criado na igreja e sentia algumas dificuldades, como a acústica e a dificuldade térmica. Com o tempo de curso percebi que eram itens da própria arquitetura”, explica. O professor define a abordagem como interessante, já que o aluno optou por atacar problemas corriqueiros de igrejas do dia a dia.
“É fundamental que as igrejas evangélicas, ao planejar suas estruturas arquitetônicas, considerem não apenas as suas próprias necessidades e valores, mas também o contexto e as demandas da cidade em que estão inseridas. Ao fazer isso, elas têm a oportunidade de se tornarem agentes transformadores, promovendo o diálogo, a inclusão e a construção de uma comunidade mais unida e coesa”, afirma Lima.
Internacionalização
Segundo Franco, a universidade permite um contato muito próximo entre professores e alunos. “Procuramos ensinar, mas também aprendemos muito com os alunos”, afirma. O docente também pontua a internacionalização – com olhar voltado para América Latina, referindo-se a parceria que a USCS tem com outras 22 universidades internacionais. “Durante a pandemia trocamos experiências em palestras online com alunos da Colômbia”, conta Alex.
Por outro lado, Caio ressalta o contato com realidades vivenciadas em países com realidades similares. “Tivemos muitas palestras e conversas com alunos, e professores, das universidades parceiras como a da Colômbia, e vice-versa”, diz. Franco adianta ainda que, em novembro, a universidade sediará o primeiro encontro entre as universidades do Refal (Red de Escuelas e Facultades de Arquitectura de América Latina). Ao todo serão mais de 22 escolas de arquitetura latino-americanas reunidas.