Rejeição em sites de relacionamento pode resultar em depressão

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Com os constantes avanços na tecnologia, até começar um novo relacionamento pode acontecer via internet, assim como um término de relacionamento. Uma pesquisa realizada pela professora da Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista de São Paulo, Patrícia Margarida Farias Coelho, aponta que formas de rejeição em sites de relacionamentos como Tinder e Happn, podem resultar em casos de depressão.

Em entrevista ao RDtv, a profissional destaca dois tipos de comportamentos comuns na internet e em aplicativos de namoro que podem se transformar em um transtorno mental para aquele que sofre: ghosting e mooning. “Basicamente são duas formas de término de relacionamento em que a pessoa ignora a outra nas redes sociais. A diferença é que o ghosting é desaparecimento repentino das pessoas do outro lado da tela sem que haja nenhum outro tipo de acesso as redes sociais, já o mooning acontece quando a pessoas aciona o modo de ‘não perturbe’, no intuito de impossibilitar o outro de entrar em contato”, explica.

Patrícia esclarece que esse “apagamento” da pessoa das redes sociais, sem dar explicações ou justificativas, despertam sentimento de ansiedade na pessoa que foi abandonada. “Verificamos que as vítimas, ao serem descartadas e ignoradas pelo parceiro, têm a autoestima abalada. Muitas pessoas, principalmente homens, utilizam métodos como o ghosting ou mooning por entenderem que finalizar um relacionamento é difícil e desgastante já que envolve olho-no-olho e explicações do porquê de não mais se desejar a relação e, ‘deixar de seguir’ alguém nas redes é muito mais simples”, explica.

A docente acrescenta que a ansiedade surge diante de uma situação de tensão, como ocorre, em geral, com as vítimas do ghosting e do mooning, que têm medo de não serem mais ouvidas. “Ser vítima de ghosting e/ou mooning acaba despertando sentimentos de medo. E um misto de sensações pode levar o indivíduo a manter um constante estado de desânimo, uma vez que o ambiente virtual potencializa o comportamento antissocial de alguns”, frisa.

Patrícia ressalta também que conflitos, mentiras, problemas e decepções de uma relação a dois ficam mais complexas na internet, um resultado da dependência que grande parte de usuários desenvolve com a conexão virtual. “Na pesquisa, citamos a Associação Americana de Psicologia (APA), que reconheceu oficialmente a dependência da internet como nova doença, conhecida pela sigla IAD (Internet Addiction Disorder) e que causa tantos prejuízos quanto drogas e jogos de azar”, finaliza.