No dia 18 de agosto, a 123 Milhas, agência de viagens digital, cancelou a emissão de passagens do pacote promocional, com embarque previsto para setembro a dezembro deste ano. A notícia gerou polêmica e pegou clientes de surpresa, porque não puderam escolher como serão ressarcidos pelas viagens canceladas. O assunto atraiu atenção do Ministério Público em São Paulo, que abriu inquérito, e gerou dúvida sobre como garantir a compra segura de uma passagem aérea?
O RD conversou com a turismóloga e professora do curso de Turismo da Universidade São Judas, Maria José Giaretta que forneceu algumas dicas para evitar casos como o da 123 Milhas. Ao comprar passagens aéreas pela internet, é necessário verificar a legalidade da agência antes . “É necessário consultar se a agência em questão possui o Cadastur (Cadastro no Ministério do Turismo), além de checar informações sobre a agência e da companhia aérea no site Reclame Aqui e no Procon”, afirma a professora.
Entre os pontos que os consumidores devem se atentar ao comprar uma passagem, Maria destaca que grandes promoções sempre devem ser vistas com desconfiança. Muitas vezes, afirma, aparecem preços promocionais de companhias aéreas, mas essas promoções são por tempo limitado, sempre muito rápido em horários especiais, com escalas ou conexões. “Também é importante verificar as datas, as restrições que aparecem com fonte minúsculas nas condições gerais da compra ou da promoção, consultar a Secretaria Nacional do Consumidor e, mais um vez, checar as reclamações no Procon”, recomenda.
Ao ser questionada se existe maneira segura de comprar passagens sem utilizar as agências de viagem como meio, a turismóloga explica que as agências são prestadoras de serviços que oferecem as opções de maior segurança para o viajante. “ A agência sempre escolherá os melhores voos diretos, preços, são legalmente constituídas e são as únicas penalizadas enquanto os portais sem regulamentações fazem o que bem entendem”, reforça.
Portais mirabolantes
A professora comenta ainda que existe uma visão distorcida sobre agências de turismo no Brasil e, se trata de algo totalmente desnecessário, pois as mesmas são a opção mais segura para realizar uma viagem. “Temos boas agências no Brasil e, caso tenha dúvidas, é só checar no Procon as reclamações, ver os processos que elas sofrem e como foi resolvido. O perigo está nos portais mirabolantes que fazem compras de milhas, não têm data de embarque e não entregam o bilhete na data da compra”, afirma.
Para evitar situações como a da 123 Milhas, Maria conta que uma das soluções é solicitar as informações por e- mail para formalizar toda a situação. “É interessante checar nas companhias aéreas se o voo existe, sempre solicitar comprovante de compra, ler comentários de clientes em sites sobre serviços turísticos, verificar as restrições, checar datas e horários e sempre pedir recibo de tudo”, recomenda.