ABC - quarta-feira , 8 de maio de 2024

PSDB nega afastamento de Executiva após liminar obtida por Morando

Morando fez parte do grupo que esteve ao lado de João Doria. Eduardo Leite conta com Paulo Serra como seu principal apoiador em São Paulo (Foto: Reprodução)

O PSDB segue em mais um capítulo de sua disputa interna para definição de sua direção. O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, conquistou na última segunda-feira (11/09) uma liminar que busca interromper uma prorrogação de mandato da atual Executiva Nacional e por consequência a convocação de novas eleições em 30 dias. Nesta terça-feira (12/09), a diretório nacional negou qualquer tipo de afastamento dos atuais mandatários e afirmou que está em curso um novo calendário de eleições internas que seguirão até novembro.

A princípio foi divulgada a decisão da juíza de direito substituta, Thais Araújo Correia, do TJ-DF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal), deferindo a liminar pedida por Morando para que a segunda prorrogação do mandato da Comissão Executiva Nacional do partido (de 1º de junho de 2022 a 1º de junho de 2023) fosse declarada nula e que novas eleições internas acontecessem em um mês.

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“É imprescindível reconhecer a nulidade da prorrogação do mandato da comissão executiva nacional, com vigência de 01.06.22 a 01.06.23”, afirmou a juíza em sua sentença. “Julgo procedente o pedido de Orlando Morando para declarar a nulidade da segunda prorrogação da comissão executiva nacional e de todos os atos subsequentes, determinando que o réu realize, no prazo de 30 dias, uma nova eleição para eleger os membros da comissão executiva nacional.”

Em nota oficial, o partido negou que com a liminar houve qualquer afastamento da atual direção nacional, presidida pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e que tem como tesoureiro o prefeito de Santo André, Paulo Serra. “A sentença de primeiro grau não produz efeitos imediatos na atual composição partidária e não interrompe o processo de fortalecimento do partido legitimado pela ampla maioria do conjunto partidário contando com a participação integral de ex-presidentes nacionais, governadores, deputados, senadores, prefeitos, vereadores e a legítima militância tucana”.

O partido também lembra que a segunda prorrogação foi aprovada em fevereiro de 2022, antes que a nova direção fosse composta. “Uma nova Executiva assumiu em fevereiro de 2023, após renúncia coletiva da diretoria anterior. Não havendo tempo hábil para realizar as convenções municipais, estaduais e a nacional até o fim do mandato, em 30 de maio, foi estabelecido novo calendário de convenções, que já está em andamento. Já foram realizadas as convenções zonais e a maior parte das convenções municipais. Em outubro ocorrem as convenções estaduais, e a nacional será realizada entre 18 e 30 de novembro”.

O tucanato nacional ressaltou que apesar da liminar não atingir o atual status de sua direção, tão pouco o calendário de eleições internas, vai recorrer da sentença com o que considera como “argumento simples”. “O que a Justiça determinou já está sendo feito mediante a ampla realização de convenções em todos os níveis”.

Paulo Serra

Paulo Serra lamentou o resultado de um pedido de liminar que considerou “inóquo”

Ao RD, o prefeito andreense e tesoureiro do partido, Paulo Serra, lamentou o resultado de um pedido de liminar que considerou “inóquo”, principalmente levando em que conta que há um calendário eleitoral dentro do PSDB. Para o tucano, tal ação visa “prejudicar a imagem do partido em um momento de reconstrução do PSDB que está indo muito bem. Infelizmente temos que nos deparar, muitas vezes, com quem não quer o bem do PSDB”.

Serra ressalta o momento pacífico vivido no partido com as primeiras eleições zonais e municipais, e considera que a legenda está caminhando para retomar um processo de protagonismo, principalmente visando o atual cenário político nacional. “Nós estamos vendo a redução do bolsonarismo, até por algumas coisas que estão sendo descobertas. Conversei com muitas pessoas que já se posicionam como ex-bolsonaristas. O PSDB dividiu com o PT a polarização por muito tempo. Não a polarização com raiva, mas a polarização no campo das ideias. Estamos reconstruindo o partido visando retomar esse protagonismo nas eleições de 2024 e visando também a eleição de 2026”, explicou.

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