Recente pesquisa divulgada pela Faculdade Baiana de Direito aponta que quase 60% das vítimas de racismo nas redes sociais são mulheres negras. Os homens representam apenas 18,29%. Desde janeiro deste ano, o crime de injúria racial passou a ser equiparado ao de racismo. Isso significa a possibilidade de aplicação de penas maiores. O que acontece é o racismo extrapolando as barreiras do mundo real, e chegando ao virtual. “As pessoas se sentem seguras nas redes sociais para praticar esse tipo de violência”, diz Iara Bento, coordenadora do SOS Racismo.
Nesse sentido, o trabalho desenvolvido pelo órgão (ligado a Alesp) se faz cada vez mais importante para o combate a violência racial no estado. “Não podemos mais colecionar dados, e estatísticas, envolvendo a população negra”, enfatiza a coordenadora.
O departamento recebe, mensalmente, cerca de 30 denúncias. Destas, grande parte estão ligadas ao setor de comércio – supermercados e shoppings, e acontecem em ambiente de trabalho. “Orientamos que as pessoas registrem os boletins de ocorrência, além de acionar o SOS Racismo”.
Vale ressaltar que grande parte das denúncias são provenientes da Região Metropolitana e Grande São Paulo. “Quando se trata do interior, as pessoas não querem fazer o boletim de ocorrência porque temem sofrer algum tipo de perseguição ou retaliação na cidade”, revela Iara. “É inaceitável ver pessoas passando por esse tipo de situação, em 2023”. Para mudar esse cenário, a coordenadora sugere para uma legislação, e atuação do Sistema Judiciário, “mais rápidas e eficazes, com medidas enérgicas”.
No próximo dia 20 será celebrado o Dia da Consciência Negra (decretado feriado estadual após recente lei sancionada). Para Iara, a data é “uma oportunidade de reflexão, e luta, acerca das problemáticas que cercam a população negra”.
Canais SOS Racismo:
Presencialmente na Alesp na sala T-15.
Telefones: (11) 3886-6299 / 08007725377
Email: sosracismo@al.sp.gov.br