ABC - quinta-feira , 16 de maio de 2024

Infectologista aponta segurança da vacina da dengue

Em razão das fortes chuvas recorrentes em todo o país, o número de casos de dengue em 2024 triplicaram ante início de 2023, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Neste momento, o Brasil registra 217.481 casos prováveis de dengue, 15 mortes e 149 pacientes sob investigação. Assim, a fim de combater o mosquito transmissor da doença (Aedes aegypti), o Governo Federal divulgou na quinta-feira (25/01) a lista das cidades que irão receber a remessa de vacinas contra a dengue através do SUS (Sistema Único de Saúde). Ao todo, 521 municípios de 16 estados brasileiros, além do Distrito Federal, vão receber o imunizante.

Acontece que sempre há o receio e a desconfiança das pessoas em relação a veracidade das vacinas, seja por falta de informação ou vítimas de Fake News. Ao RDTv, o médico infectologista no Centro Médico Alfa em Santo André, Djalma Neto, garante a segurabilidade e a eficácia da vacina contra a dengue. “O imunizante é extremamente indicado no controle da doença e, principalmente, indicado em países onde a situação está fora de controle, que é o caso do Brasil”, afirma. 

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(Foto: Reprodução/RDTv)

Como a vacina funciona?

Segundo o infectologista, a vacina é um imunizante atenuado, ou seja, contêm agentes infecciosos vivos, no caso o vírus da dengue em sua composição, porém com ele enfraquecido. Sua proteção é de 80% para a doença e 90% em casos de internação. “Desses 80%, duas a cada dez pessoas que receberem a aplicação terão sintomas muito leves”, explica Djalma, que ressalva que a situação é extremamente normal.

Doses

A partir de fevereiro, as vacinas da dengue devem ser aplicadas no SUS (Sistema Único de Saúde) para crianças e adolescentes, entre 10 e 14 anos. A faixa etária concentra maior número de hospitalização por dengue: 16,4 mil casos entre janeiro de 2019 a novembro de 2023. As clínicas privadas já oferecem o imunizante desde 2023.

O número de doses são de duas aplicações, durante um intervalo de três meses entre elas e podem receber a vacina pessoas entre quatro à 60 anos. “Para maior segurança do paciente, recomendamos que faça todo o esquema vacinal completo”, indica o médico. Em média, uma dose na rede privada varia entre R$ 400 e R$ 490.

Instituto Butantan

O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou , nesta quarta-feira (31/1), à rádio CBN, que a vacina da dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan deve ficar pronta em setembro deste ano, e deve ser aplicada na população a partir de 2025. Segundo Tarcísio, serão disponibilizadas 45 milhões de doses, o que na visão do infectologista é um número animador. “Essas 45 milhões de doses protegem cerca de 22,5 milhões de pessoas em curto prazo de tempo, então é algo a se comemorar”, aponta.

Vacina no ABC

Neste momento, a região está fora da lista do Ministério da Saúde, pois alguns municípios não atendem todos os requisitos necessários para receber os insumos da vacina, que são: municípios de grande porte (população igual ou maior do que 100 mil habitantes) com alta transmissão nos últimos 10 anos, predominância do sorotipo DENV-2 (dezembro/2023) e maior número de casos no monitoramento 2023/2024.

As sete cidades aguardam as próximas orientações do Governo Federal para, possivelmente, receber as doses da vacina. Na primeira quinzena de janeiro, o ABC chegou a 64 casos de dengue confirmados. Santo André encabeça o ranking como a cidade com maior número de ocorrências: foram 25, ao todo, seguido de São Bernardo com 16 casos; Mauá (15); Ribeirão Pires (4); Diadema (3) e São Caetano (1).

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