Domingo (04/02) foi celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer, data que dissemina informações sobre prevenção e controle do câncer, e leva questões atuais sobre a doença à população em geral. Ao RDtv, o oncologista e professor de Oncologia no Centro Universitário FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Daniel Cubero, comenta sobre como datas e campanhas, como o Fevereiro Laranja, são essenciais para conscientizar sobre a prevenção do câncer, bem como o aumento dos casos.
Segundo pesquisa divulgada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), os casos de câncer aumentarão 77% no mundo até 2050. Cubero explica que essa projeção envolve diversos fatores, mas que o principal é a longevidade. “O aumento de expectativa de vida das pessoas é o que favorece esses números, porque, como o câncer surge em pessoas com mais idade, a tendência é que, quanto mais as pessoas viverem, maiores são as chances de contraírem alguma doença”, afirma.
A longevidade por si só se justifica no enfraquecimento das células do corpo que se tornam mais vulneráveis a doenças externas e para o surgimento do câncer, mas reforça também que maus hábitos como má alimentação, cigarro e álcool, também favorecem o aparecimento da doença.
Dentre os tipos de câncer mais comuns, o câncer de pele e de colo retal se destacam, junto com o câncer de mama para as mulheres e de próstata para os homens, levando em consideração que cerca de 10% a 15% dos casos são hereditários.
Cubero comenta que, apesar das campanhas servirem de conscientização sobre as doenças, elas falham em serem temporais. “O problema das campanhas é que fazem com que as pessoas se concentrem no assunto num só mês do ano. Acredito que seja interessante, inclusive aliado ao SUS, que seja feita uma campanha de conscientização no ano todo para mostrar a importância da prevenção”, diz. Ele ainda conta que, por exemplo do câncer de pulmão, existem dezenas de subtipos da doença, e que mesmo boa parte dos canceres serem passiveis de cura, as pessoas tem que tomar conhecimento da doença como um todo.
O diagnóstico precoce é um dos principais incentivos nas campanhas de conscientização do câncer. A melhor maneira de garantir o diagnóstico na fase inicial é investir nos exames chamados de rastreamento, indicados pelo médico de acordo com a idade e necessidade do paciente. Entre eles, mamografia, papanicolau, exame de sangue PSA e toque retal, endoscopia, colonoscopia, exames laboratoriais, entre outros. Segundo o oncologista, o diagnóstico precoce é essencial para combate ao câncer, principalmente por adiantar exames que favorecem o seu tratamento e eventual cura.
O especialista explica como é ver os casos de perto, e como a medicina por si ajuda no diagnóstico precoce. “Ser um oncologista hoje é pensar como era atuar no ramo há 40 anos, quando tínhamos tratamentos tradicionais como quimioterapia e cirurgias, e ver como hoje temos uma imensa gama de possibilidade de tratamentos, como drogas que ativam o sistema imuno fisiológico. Ser oncologista é ter o prazer de ver a evolução da medicina, em prol de ajudar as pessoas”, reforça.