Um novo estudo global, realizado pelo Sapien Labs, empresa americana de estudos sobre a mente humana, revela que o Brasil, África do Sul, Reino Unido e Uzbequistão estão entre os países com os piores índices de bem-estar mental no período pós-pandemia. A pesquisa, que envolveu mais de 500 mil pessoas em 71 países, indica que a saúde mental ainda está longe de se recuperar aos níveis pré-pandemia, especialmente em países mais ricos. O Brasil, em particular, apresenta cenário preocupante, com pontuação de 48 na escala MHQ (Mental Health Quotient), que varia de 0 a 300. Essa pontuação coloca o país entre os últimos no ranking global de bem-estar mental.
Em entrevista ao RDtv, o médico psiquiatra, Cyro Masci comenta que o índice brasileiro preocupa. “Se pegarmos essa escala de 48 e transformamos em uma nota escolar de 0 à 10, iríamos tirar uma nota de 1,6, uma vergonha para o nosso país”, afirma o profissional. De acordo com o psiquiatra, fatores como isolamento social e polarização política foram um dos principais motivos que exacerbaram o resultado final na pesquisa
Segundo o médico, a divergência política dos últimos anos tem afetado e muito a relação social entre as pessoas. “É o principal fator de discordâncias na sociedade atualmente”, afirma. Para o psiquiatra, as pessoas perderam a capacidade de manter um relacionamento positivo, e um fator que contribuiu para isso foi a pandemia da covid-19, que isolou a população.
Aliada ao período das eleições, a situação se agravou ainda mais. “A polarização política foi responsável por brigas entre familiares e acabou contribuindo significativamente para problemas nas relações pessoais entre membros da própria família e entre amigos”, acrescenta.
Opção de gratificação
Uma das alternativas para manter a saúde mental em dia é promover trabalho voluntário. Durante entrevista, Cyro explica que ao exercer esse tipo de atividade, surge o sentimento de bem-estar pessoal ao saber que se está ajudando o próximo. “O senso de ser útil na vida de alguém é um sentimento incrível e que não há preço que se pague nisso”, pontua.