ABC - domingo , 19 de maio de 2024

Roupas vermelhas, azuis e pretas atraem mosquito da dengue, alerta obstetra

Com a grande quantidade de casos de dengue nos últimos meses, a preocupação em torno da prevenção tomou enormes proporções. Além de cobrir tonéis e caixas d’água, manter calhas limpas, garrafas com a boca para baixo, lixeiras tampadas, ralos limpos e com aplicação de tela e utilizar repelente, outra medida que pode impedir que o Aedes aegypt transmita a doença é a cor da roupa. Segundo o ginecologista obstetra e diretor do curso de Medicina da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), Sérgio Makabe, roupas vermelhas, azuis e pretas atraem o mosquito, o que pode resultar na dengue.

Em entrevista ao RDtv, Makabe explica que cores mais escuras e chamativas despertam o “interesse” do mosquito e, para evitar a picada, uma alternativa é optar pelo uso de roupas mais claras. “Existem diversos estudos que comprovam que vestimentas em cores menos vivas não atraem o Aedes e, em especial as gestantes, que são um grupo de risco da dengue. Investir em roupas brancas e beges, de preferência camisetas de manga longa e calça, pode ser opção para criar uma barreira ainda maior contra o mosquito”, diz.

Newsletter RD

Makabe orienta uso de calças e camisetas de manga longa, pois ajudam a evitar a picada do mosquito – Foto: reprodução RDtv

Embora a escolha de roupas de cores claras possa ajudar a reduzir o risco de picadas de mosquitos, o ginecologista também enfatiza a importância de outras medidas preventivas, como o uso adequado de repelentes. “Não existe restrição de repelentes para grávidas, então elas podem usar qualquer um, desde que aplicado a cada 4 horas, nas extremidades do corpo”, comenta.

Makabe ressalta que as alterações que ocorrem no corpo da mulher durante a gravidez fazem com que esse grupo seja de risco caso a dengue seja contraída. “Se uma gestante acabar sendo contaminada com a dengue, há maior chance dela desenvolver a doença no estágio mais grave, especialmente por conta das mudanças hormonais que ocorrem”, afirma o médico ao explicitar que a doença pode causar contrações, provocar um trabalho de parto prematuro, abortamentos, hemorragias, sangramentos vaginais e, no primeiro trimestre, pode até influenciar na formação do bebê”, expõe.

O especialista acrescenta ainda que a dengue faz com que o paciente perca muito líquido e, no caso das gestantes, a perda de água é ainda maior. “A desidratação irá mexer com a pressão arterial, com o fluxo de sangue que chega nos órgãos e, justamente por isso, é importante que a gestante esteja sempre hidratada, seja com água comum, água de coco ou isotônicos”, conta.

Segundo o ginecologista, as gestantes tem de quatro a seis vezes mais chances de desenvolver as formas mais graves da dengue do que uma pessoa que não está grávida e, em casos mais sérios da doença, a mortalidade materna está aumentada em até 400 vezes. “É de extrema importância que as gestantes e puérperas tenham muito cuidado e não poupem esforços para evitar a dengue, já que pode ser muito perigoso, tanto para ela quanto para o bebê”, finaliza.

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes